SER JOVEM E MULHER - DESAFIO À VISTA!

em segunda-feira, 12 de março de 2012
          Ser mulher sempre foi um desafio para nossa sociedade. O machismo cultural pesa sobre as costas das gerações femininas que nos precederam e traços deste jeito masculino de controlar tudo ainda sobrevivem. Salvo em raras exceções, como a sociedade das guerreiras Amazonas ou como tribos indígenas latino-americanas, onde a sociedade era predominantemente matriarcal.
          Acrescente aos desafios tradicionais do ser mulher os novos que são colocados diante das jovens do século XXI. Questões de ordem afetiva, sexual, econômica e cultural. Tudo numa mistura e fica difícil lidar com todas elas. Um exemplo simples, um assunto antigo e sempre atual, a tão discutida virgindade! Há dificuldade de lidar com ela por causa da continuidade de uma visão machista que cerca este assunto. Vejamos o meu ponto de vista e depois você pode completá-lo ou discuti-lo a partir de suas próprias convicções.
           Há algumas décadas, talvez antes dos anos setenta, ano da revolução feminista ao redor do mundo, ser e manter-se virgem antes do casamento era um imperativo para a mulher que desejasse ter reconhecimento social com dignidade. O simples fato de ser questionada sobre sua “pureza” era um estigma que muitas jovens não tinham condições psíquicas de carregar. Mas o que vemos hoje? O contrário disso, mas também de modo imperativo – a mídia prega que é preciso ter relações sexuais pré-matrimoniais para se provar sua capacidade de ser alguém reconhecida no grupo. Ou seja, mudou-se o fato, mas não a mentalidade de opressão que impregna a existência de uma jovem.
          Outro desafio é o trabalho fora de casa, a dupla (ou até tripla) jornada de trabalho. Ocupa-se em desempenhar funções profissionais para ajudar no orçamento doméstico e ainda tem que atuar como mãe, dona de casa e esposa.
          Bem poderíamos continuar com a lista de desafios que uma jovem mulher enfrenta no mundo de hoje. Falaríamos da gravidez precoce, do aborto, da imposição estética – raiz dos surtos de bulimia e anorexia, da falta de amor e companheirismo de namorados que aproveitam apenas do corpo de suas “amadas”, da rebeldia na escola e da falta de mercado de trabalho. Ufa, assim falando até parece que tudo vai mal!
          Mas não, nem tudo são espinhos! Há flores, há vitória, há superação, há razões para amar o ser mulher! Não é sem razão que o feminino será sempre um tempero ao masculino, em todas as dimensões do mundo humano. O que se precisa, creio eu, é reencontrar o equilíbrio quebrado entre os diferentes, e completar isso tudo com mais respeito, amizade, companheirismo e solidariedade. Mas para o primeiro passo, é preciso querer ser mulher de fato, sem neuras, medos ou restrições. Talvez seja por isso que Milton Nascimento escreveu os seguintes versos:
“Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta... Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre. Quem traz no corpo a marca Maria, Maria, mistura a dor e a alegria!”



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